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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Se é de morrer dois, morra um...



Hoje, contarei um causo de Seu Santino Ricardo (mais conhecido como Santino Veado, não por orientação sexual, mas pelo bicho (cervo campeiro, como o é Cícero Traíra, sem que traia ninguém). Seu Santino era uma figura. Morava ali na Rua João Batista da Silveira, conhecida como Rua da Barragem, perto de Basto Ramos.

Ele era uma daquelas pessoas que deixou o sítio, mas o sítio não o deixou (no bom sentido). Mantinha os mesmo hábitos, as conversas longas e engraçadas. No entanto, nunca se deixou ser a ‘marmota’ dos outros. Sabia quando alguém estava tirando sarro dele e deixava a conversa ir aonde queria.

Seu Santino usava a linguagem fática o tempo todo, aqueles cacoetes de linguagem sempre depois de uma frase (né?, ahã). O dele era rum. Depois de cada expressão emendava um rum. Lembro-me muito dele retrucando Nildo de Zé Raimundo dizendo: “Só porque você é metido a praça [referência a soldado] quer me fazer de besta, rum. Não faz não, rum!”.

Vamos ao causo. Seu Santino, juntamente com o compadre e genro, Vicente, inventaram de ir “tirar uma abelha”. Todos sabem que naquela época não se usava as roupas apropriadas, como as que os atuais apicultores vestem.  Foram tirar apenas com o defumador,  feito com vezes secas de vaca, uma boa fumaça para desorientar as abelhas.

Quando seu Santino estava segurando o defumador para o compadre cortar as “cachopas” de mel, as abelhas começaram a zumbir em volta dos seus ouvidos. Ao ver e ouvir que o enxame aumentava em torno de suas orelhas, ele não contou conversa: deixou o compadre e correu com todas as forças das pernas e ar dos pulmões, enquanto o outro era atacado pelos insetos ferozes.

Vicente o chamava para voltar ou acudi-lo e ele só dizia: “Compade, Vicente, se é de morrer dois, morra um, rum”. Não voltou mais.  Saiu com uma filosofia de guerra: se é para ter baixa (morte de soldados), que seja a menor possível.

Assim era Seu Santino, com seus “runs” e sua filosofia de vida: se tiver que morrer alguém, que não seja ele. Pelo menos,  ficará para contar a história e dizer como foi o ataque das tropas inimigas.

Zélio Sales

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