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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Saudade das caieiras na Barragem e das batatas assadas


Houve um tempo quem em Areial, época de estiagem, que se faziam diversas caieiras. Não as de cal e gesso como acontecem no cariri ou no Rio Grande do Norte. Nossas caieiras eram de tijolo manual. Batidos (com grade de madeira) e cozidos na Barragem, principalmente.

A Barragem não era o único local de feitura de tijolo, mas concentrava a maioria das caieiras. Biu Salviano era um dos maiores fabricantes de tijolo. Eu mesmo fui um dos grandes pegadores de tijolo, jogados por Carlinho, sacristão. Quando se chega a certa altura da caieira, os últimos tijolos precisam ser arremessados.

Muitos das cacimbas, que estão sendo tapadas para urbanização da Barragem, surgiram de batidas de tijolo nas secas da Baragem. Muitas casas foram construídas com os tijolos feitos e queimados ali mesmo, principalmente os alicerces. Era preciso fazê-los, queimá-los e vendê-los antes que das cheias da Barragem, senão os tijolos ficavam submersos.

Mas o melhor das caieiras era os dias de queima de tijolo. Para os que gostavam de beber e de farra, o dia de acender era a festa. A lenha vinda do cariri, muita mata nativa foi consumida ali na Barragem. Catingueiras aos montes serviram para queimar tijolos. Os que não podiam comprar catingueira ou jurema, queimavam com aveloz, os olhos que sofressem a fumaceira.

Para nós, a molecada, bons eram os dois dias seguintes, quando as bocas já tinham sido fechadas e o  braseiro passava dias aquecendo os tijolos. Eram dias de assar batata doce, muitas vezes tiradas (escondida é claro) dos sítios de Josué e seu Gabriel. Os donos dos tijolos ficavam muito bravos, pois nós os afastávamos para assar as batatas nas frestas.

Era um cheiro bom. Tanto os tijolos queimando, aquele cheiro de argila quente, como as batatas. Chega ficavam murchinhas de tão assadas. As melhores eram as grã-finas (branquinhas e doces) e as “paraíbas” (quase roxas, mas de um açúcar concentrado).  Furtei muita batata do sítio de Josué para assar nas caieiras de Biu Salviano.

Vi, também, muita cara feia de donos caieiras, por afastar tijolos. Era uma época boa, mas não havia preocupação em saber de onde vinha aquela lenha toda. Atualmente, quase não existe mais fabricação de tijolos manuais, batidos e queimados nos barreiros de Areial.  Ou se constrói com pré-moldados de cimento ou com aqueles de olarias de Parelhas ou cidades vizinhas.

Já as batas quando há para assar, fazemos apenas nas fogueiras de São João ou dos santos do período junino. Borralho dos fogões de lenha não existe mais. Ainda sinto o gostinho daquelas batatas murchinhas e saborosas, com gosto de infância e cheiro de memória de criança. Eta, tempo bom!

 Zélio Sales 

Filho de Margarida dos Santos  Sales (de seu Zé Pedro) e Sebastião Salles (Basto Gabriel). Jornalista, blogueiro e descobridor de mundos. Nasci  e cresci em Areial, mas vivo em Campina Grande, desde 2006.

Um comentário:

  1. Zélio Soares. Me chamo Maciel Melo. Sou Pernambucano e estava procurando uma foto de pessoas raspando tijolos para acrescentar em um livro que estou escrevendo e que relata um pouco desse tempo. Encontrei esta foto em sua publicação Areial virtual. Preciso saber se posso usa-la. A foto tem umas pessoas raspando tijolos. Colocarei o crédito da foto. Meu contato é: mmacielmelo@yahoo.com.br.

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