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sábado, 19 de março de 2011

Meu pobre pé de milho


Dia 19 de março de 2011,  dia do Padroeiro São José  e dois anos de fundação da Associação Cultural Amigos de Areial.


Meu bom José, meu bom José;
Que o milho plantado no centro dê pé;
E que os buracos do posto que é teu;
Nos montes de terra no meio da rua ;
Não sejam obstáculos para nossa fé.

Um dia por aqui já foste capela;
Ficou a lembrança do tempo de outrora,
Para que este pé de milho ainda chegue;
A fase adulta contamos as horas;
E  que sua sombra esconda os buracos
Que deixam Areial do lado de fora.

Clamamos a ti, Senhor Padroeiro,
Que os pés de milho encontre o roçado;
Não fiquem na rua, perdidos,  jogados;
Sem ter endereço nem para nascer;
No meio de um céu azul escaldante;
Num monte de terra esperando chover.

Meu bom José, meu bom José;
Que este refrão traga esperança,
De um povo que clama, sem muito falar;
Que os pés de milho recebam adubo;
Pois mesmo nascendo nos postos da vida,
Faltam-lhes combustível para alimentar.


Leandro Targino Barbosa

 Filho de Francisco de Assis Barbosa “ Teté” e Lindinalva Targino “Linda”. Graduando em jornalismo pela UEPB. Atualmente apresenta programas radiofônicos na RCA, voltados aos  agricultores de Areial, "Nação Ruralista" e o "Programa Livre",  de informações e variedades.


segunda-feira, 14 de março de 2011

Cortando a força dos evangélicos a golpes de facão




Até os anos 1980,  em Areial,  a Igreja Católica era hegemônica, não apenas em discurso, mas em estrutura. Era o único templo religioso erigido para se falar no Santo Nome. Os “crentes” eram poucos. Viviam perambulando nas casas dos fiéis e pescando  homens e mulheres para sua fé.

Em dias de cultos, eles saiam nas casas dos já convertidos. Colocavam seus aparelhos nas calçadas e faziam suas pregações em alto e bom som. Muitos dos vizinhos se incomodavam; menos pela intolerância religiosa e muito mais pelo barulho que os “irmãos” faziam. Alguns diziam que os “crentes” eram muito bons em latumia.

Foi justamente nesse período que um dos vizinhos dos evangélicos  se irritou e resolveu silenciar os barulhentos. Segundo ele, já havia reclamado do barulho que os evangélicos da Assembleia de Deus faziam em sua porta, na Rua Natanael Barbosa, um pouco antes onde hoje fica a sede da igreja citada.

Há dias que o senhor vinha fazendo reclamações e os “crentes”, como eram chamados os evangélicos antes da  expansão neopentecostal no Brasil, não davam muito ouvidos a ele ou fingiam não escutar. Segundo o vizinho queixoso, não era a região que o incomodava, mas o barulho. Eles poderiam ser budistas, zen sufistas, mulçumanos, desde que não fizessem barulho.

Os evangélicos faziam ouvido de mercador e a paciência do reclamante foi se esgotando. Em cidade pequena, a lei do silêncio não é muito levada a sério e pra quem se vai reclamar? Para a Superintendência de Administração do Meio (Sudema)? Para a polícia? Não iria adiantar.

Então o prejudicado resolver fazer justiça com as próprias mãos: subiu no poste de energia, deu de garra de um facão devidamente isolado e zapt!! De um golpe só arrebentou os fios de energia e cortou a força dos evangélicos. Simples assim!

Tanto a família do morador incomodado quanto os “crentes” não creram que ele teve tamanha coragem. Estavam de bocas escancaradas, mas mudos, tamanho susto que levaram.
Ficaram sem força para reagir. E assim os irmãos ficaram sem luz até o dia seguinte, quando o funcionário da antiga Saelpa, ainda pública,  foi religar a luz da residência dos evangélicos. Não houve mais cultos com som alto na região até a construção do tempo dos protestantes. Nem também houve protesto por parte dos religiosos.

A polícia foi chamada apenas pelo temos dos religiosos de sofrerem o mesmo golpe que os fios, mas o vizinho irritado já tinha cortado o que ele queria, não queria machucar ninguém.
 
Zélio Sales

 P.S.: Os nomes foram omitidos, pois nosso objetivo não é ridicularizar ninguém neste espaço. E finalidade nossa contar os causos engraçados que marcaram nossa querida cidade.

domingo, 13 de março de 2011

O projeto não morreu

Galera do meu Brasil varonil!

Nosso projeto não foi sepultado, pelo contrário, ele está mais vivo que nunca. Já chegamos perto dos 7.000 acessos.

Demos apenas uma pausa merecida para os festejos carnavalescos. Como o ano começa depois do Carnaval, nosso projeto volta com todo o gás a partir de amanhã.

Agora, pedimos que encaminhem seu textos.

Abraço,

Equipe Areial virtual

quinta-feira, 3 de março de 2011

O abominável homem da Sabiá



Essa quem me contou foi Itamar, irmão de Irandi (filhos de Miguel de Quelé).

Em uma noite qualquer, depois de muita conversar na rua, seguiam para o sítio (que foi de Bira e é do filho de Antônio Barbosa) Itamar, Gonga de Gonzaga e Ebinho  -- dono do sítio. Era por volta de meia noite e os três eram um mais medroso que o outro.

Quando passam pela  Sabiá, um camarada que eles só viram a calça branca balançou um cajueiro que parecia que ia derrubar a árvore. Foi um alvoroço. Gonga, o mais mole dos três, pegou impulso nos peitos dos amigos e acelerou na frente, num pique que nem bala pegava.

O coitado de Ebinho, ex-marido da filha de Vamberto, o menor dos três, com suas pernas curtas, perdeu os chinelos, ficou para trás e começou a gritar para os colegas:

-- Me esperem, me esperem!

Os três no embalo que estavam,  fugindo de não se sabiam de quem,  só foram parar no sítio que foi de Firme (hoje de Roberto Almeida). Quase sem fôlego, olhando para trás para ver se o homem de branco ainda vinha, foi que os três interromperam a disparada. Ficaram imaginando o que era aquilo que os tinha assustado.

No outro dia, ficaram sabendo que tinha sido Antônio Ezequiel, guarda noturno, que havia parada para urinar ali na  Sabiá e quis pregar um susto nos meninos. Segundo o vigilante, ainda saiu atrás dos medrosos para dizer que era ele, mas na velocidade que fugiam do “malossombro”, eles não ouviram.

Até hoje quando os meninos lembram-se da história soluçam de  tanto rir, dramatizando a cena que Gonga meteu as mãos nos peitos dos colegas e os deixou para trás. Aproveitam, ainda, para inventarem que Ebinho estiravam as mãozinhas curtas e pedindo que segurassem sua mão e o ajudassem.

terça-feira, 1 de março de 2011

Basto Gabriel e suas repostas instantâneas


 

Para aqueles que não conheceram meu pai, Basto Gabriel, é uma pena.  Ele era um cara muito engraçado. Contava piadas, era metido a repentista e não tinha papa na língua: respondia na bucha a qualquer pilhéria que ouvisse e era pródigo em dizer as suas com qualquer um.

Já para os que conheceram papai,  sabem muito bem  como ele era. Passava horas disputando respostas rimadas. Só perdia a estribeira quando alguém usava palavrões para falar de nossa família. Poucas vezes perdeu na disputa rimada para os rivais. O camarada dizia uma coisa e ele, em cima da fala do sujeito,  respondia.

Também não era de levar desaforo para casa. Tinha resposta na ponta da língua para qualquer aborrecimento ou pergunta indecorosa. Quando ficava irritado disparava a metralhadora giratória: mais de cem palavrões por minuto. Até desconfiávamos que ele tivesse ajudado a escrever um dicionário de palavrões.

Porém, sempre tem um porém...   dizem que remédio de um doido é outro em cima...

Então, papai havia recém começado a namorar minha mãe, em 1970, ano em que ainda era comum ir à Festa de Padroeiro de terno. Ele mandou fazer um verde lodo. Deu o azar de ser a cor das roupas que Irmã Canísia trazia da Holanda para distribuir com a população carente, que chamava as doações de “Papa” (até hoje não há um explicação coerente para o nome).

Eis que vão meu pai e minha mãe descendo da casa de meu avô, vizinho a Nino João, de braços dados. Ele todo elegante em seu terno muito alinhado e a namorada, costureira modista muito elegante, iam para a missa.

No meio do caminho encontram Rita do Ó, casada com o pai de Inácio Isidoro. Ela fez um comentário infeliz. Olhou para o meu pai com seu terno verde  e pergunta:

-- Ô, Basto, esse teu uniforme foi da “papa”? Deveria ter ficado calada.

Meu pai olhou-a nos olhos, ainda com o braço enlaçado no de minha mãe e respondeu como se fosse a coisa mais comum do mundo:

-- Ou da papa ou do angu, não serve para olho do seu..., disse com todas as letras a frase completa e ainda acrescentou outros palavrões.

Minha mãe morreu de vergonha. A Rita, coube apenas fechar a boca e a janela. Fechou-se como um raio.  Não disse mais nada naquela noite. Acho que nem para a missa ou festa foi. Coitada! Não espera tamanha resposta. Deve ter imaginado que o atenuante era a companhia da namorada elegante. Papai passou por cima de tudo devolveu-lhe a pilhéria sem a menor cerimônia.

Zélio Sales

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A noiva do banheiro do colégio e seus olhos sedutores




É incrível o poder que uma história tem, quando nela existe o ingrediente sobrenatural. Como toda cidade pequena, Areial não poderia abrir mão de suas lendas, mitos e histórias de malassombro. Mesmo já sendo uma lenda urbana, a história da noiva do banheiro tinha sua versão made in Areial.

Nos fins dos anos 1980, a história da futura esposa fantasma voltou com força e o colégio Francisco Apolinário era o habitat natural dessa desafortunada moça, que ninguém sabe como e do que morreu, porém aparecia às suas “vítimas” trajando a roupa característica como se fosse subir ao altar ou depois de tê-lo feito.

O colégio, como sempre foi chamado o Francisco Apolinário, já era um lugar de  fantasmas. Uns ouviam vassoura cair, quando iam olhar o bendito instrumento estava no mesmo lugar que foi deixado; outros, ouviam o apagador bater por horas a fio em um quadro que ecoava por noite adentro até nos feriados.

Para acreditarem em uma noiva que assustava os adolescentes era um pulo. Detalhe: a nubente só aparecia no banheiro dos homens, embora as meninas também tivessem pânico. Lembro-muito bem que nós  segurávamos  até onde dava para ir ao banheiro ou esperava para o intervalo e ir acompanhado, mesmo sabendo que nossa companhia estava com mais medo que nós.

Um dia qualquer, ouve-se um grito. Cláudio de João Pedro da madeireira (mais conhecido como Menininho) tinha ido ao banheiro e voltava de lá mais gago do que já era, amarelo e sem voz. Havia visto “a prometida” no sanitário do primeiro bloco acenando para ele. Foi uma correria só. Quem danado teria coragem de conferir se não passava de uma invenção ou confirmar a história?

Ficou aquele impasse até que um grupo de funcionários e alunos entrou no toalete, como se fossem caça-fantasmas. Para surpresa e alegria geral da Nação, descobriu-se quem era a misteriosa noiva: uma coruja. O bicho de olhos grandes estava pousado na meia parede que dividia os banheiros e emitia seu crocitar característico.

Pronto! Estávamos salvos da noiva misteriosa? Sabíamos que não passava de uma coruja? Mentira! Mesmo achando que, naquele dia, não passava de uma coruja ninguém tinha virado corajoso da noite para o dia. Sabíamos que mais cedo ou mais tarde a misteriosa prometida estaria ali com seu vestido branco e algodão no nariz a procura de seu noivo.

Zélio Sales