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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Joao Alfredo e um tiro de misericórdia

João Alfredo, un dos maiores  contadores de causo
Os colegas, amigos que hoje estão com quarenta, cinquenta anos lembram muito bem de como seu João Alfredo, mesmo não sendo alfabetizado, era um verdadeiro ator no narrar de suas estórias. Usava um linguajar e um tom de voz que a molecada já começava a rir e tia Maria (sua esposa) ficava irritada com aquilo.

Ele começou a contar que tinha ido uma caçada,  lá pras bandas do Cardeiro (região de caçadas, apanhas de lenha e coleta de umbu do povo de Areial)  sua espingarda era uma dessas sovaqueiras,  que quando terminava de carregar a bicha, a caça já tinha ido embora.

Gato do mato
Há horas que tentava atirar num gato do mato, mas não podia errar o tiro pra não perder a munição. E não é que o gato deu uma vacilada e seu João foi chegando bem devagar e no silêncio por trás  do animal. Para não ser covarde,  atirar  por trás, mirou no gato e depois exclamou: “ei psiu, vire-se pra eu não matar na covardia”

E ele com o seu jeito terminava aquela estória na maior algazarra dizendo: “deile um tiro mermo nos peito do bicho”.
Trecho extraído do livro: "Causos e estórias vividas pelo povo dessa terra Areial",  a ser publicado.

Eudes Donato

Filho de Antônio Apolinário Gonçalves e Hilda Donato Gonçalves, Funcionário Público da Empresa de Correios e Telégrafos, pesquisador, colecionador de vários itens, como gibis antigos, discos de vinil, livros sobre o cangaço, e grande acervo esportivo. Colaborador em pesquisas para a revista Placar da Editora Abril, Revista da Esperança, livro sobre o América Futebol Clube da cidade de Esperança, etc.

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