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sábado, 29 de janeiro de 2011

Memórias de meu avô


Venho de uma família grande. Só da parte de meu pai são duas irmãs e três irmãos. Da parte da minha mãe são mais duas irmãs e um irmão. Desses, um monte de primos originou-se, mas avô mesmo só conheci um, vô Damião (pai da minha mãe), pois o meu outro avô Paulo Balbino já era falecido quando nasci.

Vô Damião era natural de Esperança. Desde menino, filho de família pobre, teve que se virar no mundo para ajudar em casa. Não teve a oportunidade de estudar, mas até hoje, desconheço qualquer pessoa que tivesse a criatividade que ele tinha.

Lembro-me ainda pequeno (ele com seus mais de cinqüenta anos) quando, esperto como sempre, foi fazer uma perícia no INSS para requerer um auxílio doença devido a um problema crônico em sua coluna.

Já longe das crises, mas quando o doutor começava a examiná-lo caía no choro, gritava e gemia ao ponto do médico cair em sua lábia e deferir o auxílio requerido. Após algumas perícias, seu benefício virou aposentadoria por invalidez tamanha às simulações todas bem sucedidas junto aos peritos do INSS.

Meu avô era um grande contador de histórias. Falava muito sobre os causos acontecidos em Areial. Falava muito sobre um porco encantado que aparecia à noite atormentando os moradores da cidade e de um Peru, também encantado que vivia cantando pelas esquinas de Areial (ao nos contar, fazia questão de dizer que as pessoas que se transformavam nesses animais eram dois desafetos dos tempos que trabalhava na Prefeitura).

Falava também de um guarda municipal que certa vez foi soprar o apito e acabou engolindo-o. Só Deus sabe se era verdade...

Embora não tenha frequentado a escola, sabia ler muitas palavras. Segundo ele mesmo, aprendeu sozinho. Era um grande inventor. Já aposentado, completava a renda fazendo antenas “espinha de peixe” para vender. Seu desejo era fazer uma parecida com uma parabólica.

Outra invenção sua era uma armadilha pra pegar bandidos que tentassem entrar em casa. Arrumou um pedaço de madeira grande que encostou no telhado e esticou um fio que era ligado na tomada para atacar algum possível invasor que viesse pelo teto. Inventou também um ventilador que lhe refrescava as noites quentes. Era muito medroso. Morria de medo de trovão.

Gostávamos muito de brincar com ele. Quando assistia algo na TV, onde apareciam mulheres seminuas, dizia que era uma pouca vergonha, mas nunca o vi desgrudar os olhos da TV. Adorava filmes de ação. Ia dormir muito tarde assistindo TV e no outro dia dizia que não tinha dormido nada, que estava cansado e coisas do tipo. Assistia TV no quarto de costas para a Televisão (pelo reflexo de um espelhinho), segundo ele por causa da coluna era a melhor posição para ficar.

Certo dia, deparei-me com ele colocando uma dessas antenas na sala de casa. Foi uma confusão. Minha mãe teve que intervir para convencê-lo a colocá-la do lado de fora. Outra vez, acordei à noite por volta das duas horas, com ele, munido de um estilingue, atacando os gatos que viam namorar em cima de casa.

Curtíamo-nos muito. Todos gostavam dele.

E essas são as memórias que carrego comigo de uma pessoa super especial, que nos enchia de alegria somente com sua presença e que até hoje, faz uma falta tremenda, mas que ainda vive em nossos corações.

Carlos Henrique Pereira Balbino 
 

Filho de Carlos Alberto Barbosa Balbino (Carlão) e de Cleide Lene de Souza Pereira Balbino. Administrador de empresas, ex-secretário adjunto de finanças do município de Areial.  Natural da cidade de Sobradinho – DF e Areialense de coração.


3 comentários:

  1. Henrique além de inventor ele era ator protagonista pois fazer um médico legista do inss acreditar nele nao devia ser fácil nao viu kkk abraço a todos a bia a sua mae enfim a tds da familia .saudades

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  2. lendo esta reportajem fiquei emocionada...tudo e a pura verdade..parabèns meu sobrinho...beijos da tia ...

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  3. ola pessoal sou prova desse causo ai sou filho dele {daminhao} nossa passou um filme na minha cabeça agora tudo verdade parabens henrique q blog bom tao de parabens beijuuuuuuuu mae planaltina go thallllllllllllllllllllll

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