Marcos de Lima (Passarinho) nasceu em Santa Cruz, antes distrito de Triunfo-PE, em 22 de setembro de 1903. Começou cedo no cangaço com idade de 16 anos em 1919, ainda no comando do cangaceiro Sinhô Pereira (Lampião ainda não havia formado o seu bando).
Posteriormente, Sinhô Pereira confia entregar o comando a Lampião e vai embora para Goiás onde seus familiares tinham propriedades, isso mais ou menos por volta de 1921. Logo em seguida, são formados novos grupos de cangaceiros para dar sustentação ao grupo de Lampião.
Passarinho entra num desses grupos comandado por Cícero Costa, ou Ciço Costa (um Paraibano) que agia na região de Conceição de Piancó PB. Eles e Ciço Costa participaram do bando de Lampião em várias ocasiões. Esse seu chefe imediato era um grande conhecedor de farmácia natural, o médico do bando.
Muitas pessoas acham que Passarinho conviveu diretamente com Lampião. Não, ele teve vários encontros com o rei do cangaço, inclusive participando de alguns ataques como na propriedade de José Trajano, localizada no município de Conceição PB, com o seu chefe tomando-lhe rifle e dinheiro em 06 de julho de 1921.
Existiram dois Passarinhos no cangaço, por isso que algumas publicações citam: Passarinho l e Passarinho 2, ( era costume quando algum morria ou era preso, se colocar o nome de outro que estava chegando e com semelhança ao mesmo, batizar de fulano l e fulano 2, e Passarinho é claro e vidente foi o l.
Nessa vida tirana, Passarinho viveu 3 anos e 7 meses no cangaço, até quando foi preso em 24 de dezembro de 1923. Foi recolhido a cadeia de Princesa e sendo condenado pelo júri local a 29 anos e 9 meses de prisão.
Fora preso e condenado por haver assassinado naquele ano, mais precisamente no dia 17 de dezembro do corrente ano, num local chamado Caracol do município de Conceição do Piancó PB, Raimundo Nogueira a quem roubara-lhe sua roupa e algum dinheiro. Seis dias após o acontecido, o irmão de Raimundo surpreende Passarinho nas adjacências da povoação de Patos, município de Princesa.
Passarinho estava justamente com as roupas do seu irmão Raimundo, este saca de uma arma e atinge Passarinho. O seu companheiro Juriti, num vacilo de Raimundo, por trás dá-lhe uma pancada na cabeça e termina o ato dando-lhe várias facadas. Passarinho, ferido, entra na povoação gritando: acabam de matar um homem e me feriram também, (pra ver se enganava os soldados). Banhado de sangue dos ferimentos, recebe voz de prisão, não por obediência a lei, pois era valente, mas pelos disparos recebido.
Recebendo ameaças de morte é transferido para João Pessoa onde cumpriu 7 anos e 9 meses de prisão. Vem pra Campina Grande, depois Pocinhos (é quando conhece sua futura esposa dona Petronilha, mais conhecida por dona Pitu. Casa-se em Campina Grande e vem morar em Areial, pois dona Pitu tinha familiares residindo aqui. Não teve filhos, mas criou um filho adotivo (Arinaldo) do qual ganhou três netos (uma mulher e dois homens ).
Em Areial, viveu por mais de sessenta anos. Faleceu no dia 15 de agosto de l998, aos 95 anos, e seus restos mortais estão no cemitério local. Sua esposa dona Petronilha Maria de Araújo, nasceu no dia 23 de setembro de 1917 e faleceu em 19 de agosto de 2004 em Areial, aos 86 anos e onze meses, e seu sepultamento também foi no cemitério local.
São vários livros e jornais que citam o nome ou fizeram manchete com o nome de Passarinho.
Trecho extraído do livro: “Passarinho: um ex-cangaceiro de Lampião em Areial” (ainda em acabamento de autoria do pesquisador, Eudes Donato)
Eudes Donato
Filho de Antônio Apolinário Gonçalves e Hilda Donato Gonçalves, Funcionário Público da Empresa de Correios e Telégrafos, pesquisador, colecionador de vários itens, como gibis antigos, discos de vinil, livros sobre o cangaço, e grande acervo esportivo. Colaborador em pesquisas para a revista Placar da Editora Abril, Revista da Esperança, livro sobre o América Futebol Clube da cidade de Esperança, etc.
Achei algumas partes do texto muito confuso.
ResponderExcluirAnônimo que escreveu: "Achei algumas partes do texto muito confuso". Se tiver um texto mais claro ou se quiser dá sua versão dos fatos, agradecemos sua colaboração.
ResponderExcluirPablo Diz: Mim orgulho dessa figura ilustre: Seu Passarinho.
ResponderExcluirMuitas histórias e estórias sobre esse misteiroso e grande homem. Um marco de nossa cidade!
Colegas, desculpem de alguma parte do texto sobre Passarinho. Para compreender melhor:
ResponderExcluir1º. Como a biografia está em grande resumo da história, vamos adiantar apenas que existiram vários sub-grupos ao comando de sinhô Pereira. Um desses sub-grupos era comandado por Cico Costa, mas sempre cumprindo ordem de seu chefe sinhô Pereira, do qual Passarinho também fazia parte, ora com Cico, ora com sinhô Pereira.
2º. Sinhô Pereira já conhecia a trajetória de Lampião e por isso lhe tinha muita confiança.
3º. Sinhô Pereira ao deixar definitivamente o cangaço em 1922 (antes a pedido de Padre Cícero, deixou o cangaço), mas logo voltou atrás.
4º. No começo do ano de 1921 não havia cangaçeiro nenhum com esse pseudônimo de Lampião. Surge o apelido em maio de 1921.
5º. No texto, falo "mais ou menos" sinhô Pereira deixa o cangaço em 1921 (primeira vez). Na segunda vez, mais precisamente em março de 1922 e imediatamente Virgulino Ferreira da Silva, já com a alcunha de Lampião, assume o cangaço no mesmo mês.
6º. O irmão de Raimundo era o boiadeiro Amaro Nogueira do qual vinha acompanhado de um comparsa.
7º. Passarinho ao ser surpreendido, estava acompanhado também do cangaceiro Juriti (este Juriti I, irmão do cangaceiro Batista, o outro Juriti II chamava-se João Soares, em outra época mais a frente).
8º. No encontro, Passarinho ainda estava com as vestes de Raimundo, irmão de Amaro.
9º. Amaro dispara três tiros em Passarinho o atingindo (Passarinho ao falecer em 1998 ainda continha uma bala alojada em seu corpo, proveniente deste acontecido).
10º. Juriti ao bater na cabeça de Amaro, este ao cair fica preso aos estribos da sela e Juriti saca do punhal e lhe desfere 36 punhaladas.
11º. O comparsa que estava com Amaro sai em disparada carreira e logo atrás Passarinho, mesmo ferido também corre e nesse momento usa sua astúcia e grita que era o indivíduo que tinha matado um homem e também ferido ele. Foi aí que se descobriu a farsa e Passarinho foi preso.
Um abraço colega, colabore conosco.
O assunto é interessante como registro histórico para a cidade de Areial, mas não podemos nos esquecer de que a figura de um fora-da-lei não pode ser transformada em herói municipal e nem vangloriada. Eu não consigo ver como um bandido (ou ex-bandido, talvez) pode ser motivo de orgulho para qualquer cidade, não só para Areial.
ResponderExcluireu acho q bandido é aquele q etira pelas costas em uma pessoa q tava com a aperna quebrada sem condições de nenhuma reação,a história de lampião é como a de Robin Hood,q tirava dos ricos para dar aos pobres e é de muito orgulho ter tido uma pessoa q participou dessa história tão proximo da gente e q a maioria dos areialenses conheceram.
ResponderExcluireu acho q bandido é aquele q atira pelas costas em uma pessoa q tava com a perna quebrada sem condições de nenhuma reação,a história de lampião é como a de Robin Hood,q tirava dos ricos para dar aos pobres e é de muito orgulho ter tido uma pessoa q participou dessa história tão proximo da gente e q a maioria dos areialenses conheceram.
ResponderExcluirMas...e o primeiro passarinho? Como se chamava?
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