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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Três dias em uma prisão diferente



Este causo quem me contou foi Flávia, filha Arnóbio Barbosa.

-- Arnóbio, Arnóbio! Já era tarde da noite quando Arnóbio Barbosa ouviu uma pessoa chamá-lo na casa do sítio. Não abriu a porta. Pensou nos assaltos que aconteciam na região e não quis ser a próxima vítima. Apenas ficou imaginando quem o chamava. Os dias se passaram e ele até já havia esquecido a voz rogadora.

Três dias depois, um dos funcionários da fazenda foi tirar água na cisterna e uma voz pediu socorro. O rapaz tomou o maior susto,  até pensou que fosse coisa do outro mundo. Correu apavorado e chamou o chefe. Arnóbio foi até cisterna e nada viu, exceto um tremendo escuro. Perguntou quem era e a voz disse:

-- Sou eu, Arnóbio! Sou eu, me socorra!

Novamente,  perguntaram quem era e ele disse  ser Jacinto Paz, irmão de Zé. Disse que já estava ali fazia três. Contou ainda que voz que havia chamando era ele. Foi tirar  para beber e caiu na  cisterna. Como existiam outras cisternas na fazenda, ninguém havia ido ali há três longos dias.

Contou que, como o reservatório tinha pouca água, virou a lata que puxava a água, sentou-se nela e ficou ali esperando ser socorrido. Ficava sentado com as pernas dentro da cisterna. Assim, passou os três dias, sem comer nem dormir. Fazia as necessidades fisiológicas ali mesmo, na água que matava a sede.

Retiraram-no da cisterna e deram-lhe de comer e roupas secas. Segundo Flávia, filha de Arnóbio, até antes de morrer, Jacinto ficava na rua dizendo nos quatro cantos de Areial que seu pai era seu herói, foi o salvador de sua vida. Se não fosse por ele havia morrido dentro da cisterna.

Arnóbio teve apenas o prejuízo da água e o trabalho de limpar a cisterna, mas livrou-se do incômodo de ter um cadáver em um de seus reservatórios e de ter de explicar para a polícia como é que aquele sujeito tinha ido parar ali. Escapou de um baita interrogatório e de hipóteses mirabolantes de vizinhos e curiosos.

 Zélio Sales 

Filho de Margarida dos Santos  Sales (de seu Zé Pedro) e Sebastião Salles (Basto Gabriel). Jornalista, blogueiro e descobridor de mundos. Nasci  e cresci em Areial, mas vivo em Campina Grande, desde 2006.



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