Paulo doido como era mais conhecido, era criado por Severino Eleutério, assim como seu irmão Aloísio também deficiente mental. Paulo era um deficiente inteligente, apenas não sabia coordenar as palavras, respeitava as pessoas, era calmo e alegre.
No sítio de Biu Fires, todo ano se plantava milho, feijão, batata doce e macaxeira e tinha uma plantação de goiabas, laranja, mamão e outras frutas. Vez por outra seu Biu plantava uma só cultura, ou seja, naquele ano só plantaria batata doce, para o consumo e pra vender também.
Houve um ano que Biu Fires só plantou jerimum (abobora como é mais conhecido no sul do país). E foi na plantação de jerimum que aconteceu o menos esperado: é ai que entra o personagem da estória, Paulo doido.
A produção de jerimum foi enorme, recorde, e Paulo na calada da noite começou a carregar os jerimuns e dar ao povo na rua. Ninguém desconfiava porque Severino Eleutério também tinha sitio e plantava legumes.
Paulo, todo dia, distribuía dois a três jerimuns as pessoas. Ele sempre andava empurrando sua carrocinha de mão. Creio eu, tenho certeza que por vários
dias Paulo deu de alimentar a varias pessoas pobres de Areial.
Com o passar de semanas, o povo começou a desconfiar e a conversa chegou até Biu Fires, que também andava desconfiado e não sabia quem era que
estava roubando seus jerimuns.
Seu Biu resolve investigar por conta própria e descobre que era Paulo Doido que estava carregando os jerimuns na calada da noite.
Seu Biu, com muito respeito e consideração a Severino Eleutério, resolve não falar a seu amigo e começa a preparar como chegar a Paulo e reclamar do episódio. Resolvido em falar, chega pra Paulo e diz com essas palavras:
-- Mas, Paulo, você está tirando meus jerimuns? Faça isso não!
Resposta de Paulo nesse linguajar:
-- Deixar lá pros outro carregar, Biu ?
Paulo era assim, simples, humilde e brincalhão. Noutro episódio, temos o duelo de Paulo com outro deficiente mental: Gaspar.
Brevemente, mostrarei uma foto de Paulo doido, todo de paletó azul na festa de padroeiro, no pavilhão junto comigo.
Até breve.
Eudes Donato
Filho de Antônio Apolinário Gonçalves e Hilda Donato Gonçalves, Funcionário Público da Empresa de Correios e Telégrafos, pesquisador, colecionador de vários itens, como gibis antigos, discos de vinil, livros sobre o cangaço, e grande acervo esportivo. Colaborador em pesquisas para a revista Placar da Editora Abril, Revista da Esperança, livro sobre o América Futebol Clube da cidade de Esperança, etc.
Colunista do jornal Folha de Esperança
GOSTEI DO TEXTO,DEPOIS QUE LI LEMBREI DELE.
ResponderExcluirATÉ O PRÓXIMO TEXTO.