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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O quebra-panelas


Antônio Liberato irmão de Adelino Liberato possuía uma bodega e também era vendedor de panelas de barro. A sua bodega, era onde hoje é o salão de Zezé Torrão,  vizinho a antiga casa de Zé Bebé,  na rua Manoel Clementino.

Nesse tempo, ainda não havia chegado a modernidade, ou seja, as panelas de alumínio e seu Antônio comprava panelas de barro na feira em Esperança para revender. Sua freguesia era certa, pois suas compras eram feitas aos sábados  e com isso,  no final da semana seguinte já havia acabado o estoque.

Quando ainda funcionava a feira aqui em Areial, ele aproveitava a sua mercadoria e saia da bodega, pegava as panelas e colocava pertinho da antiga escola onde hoje é a praça de eventos, sua freguesia era enorme. Como seu Antônio estava indo muito bem nas vendas, resolveu comprar um grande estoque de panelas de barro.

Por coincidência, começou a surgir as panelas de alumínio (alguns que tinham um poder aquisitivo financeiro já as possuía) que era uma novidade na época, até porque era mais pratica e fácil de manusear e não se quebrava atoa.

Seu Antônio começou a sentir as vendas diminuírem bastante, a modernidade começou a acabar com o comércio dele.  Os fregueses só queriam, só falavam de panela de alumínio. Mas seu Antônio ainda continha uma grande quantidade de panelas de barro em sua bodega.

 Chegou a um ponto que já estava oferecendo panelas a três por quatro no modo de se falar e um preço bem baratinho. Mesmo assim,  ninguém queria  e como medida de protesto, toda semana colocava suas panelas ao lado do grupo e vendo que não mais vendia, pegava duas ou três panelas, e jogava pra cima  e deixava se espatifar no chão e dizendo alguma coisa, mais ou menos  falando consigo mesmo:  “NINGUEM COMPRA, MAS TAMBEM NÃO DOU” e haja panela quebrada, toda semana  aquele mesmo ritual,  jogar panela pra cima e deixar se espatifar no chão.

A gurizada caia na rizada e até os adultos achavam engraçado aquilo.

Eudes Donato

Filho de Antônio Apolinário Gonçalves e Hilda Donato Gonçalves, Funcionário Público da Empresa de Correios e Telégrafos, pesquisador, colecionador de vários itens, como gibis antigos, discos de vinil, livros sobre o cangaço, e grande acervo esportivo. Colaborador em pesquisas para a revista Placar da Editora Abril, Revista da Esperança, livro sobre o América Futebol Clube da cidade de Esperança, etc.



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