Antônio Liberato irmão de Adelino Liberato possuía uma bodega e também era vendedor de panelas de barro. A sua bodega, era onde hoje é o salão de Zezé Torrão, vizinho a antiga casa de Zé Bebé, na rua Manoel Clementino.
Nesse tempo, ainda não havia chegado a modernidade, ou seja, as panelas de alumínio e seu Antônio comprava panelas de barro na feira em Esperança para revender. Sua freguesia era certa, pois suas compras eram feitas aos sábados e com isso, no final da semana seguinte já havia acabado o estoque.
Quando ainda funcionava a feira aqui em Areial, ele aproveitava a sua mercadoria e saia da bodega, pegava as panelas e colocava pertinho da antiga escola onde hoje é a praça de eventos, sua freguesia era enorme. Como seu Antônio estava indo muito bem nas vendas, resolveu comprar um grande estoque de panelas de barro.
Por coincidência, começou a surgir as panelas de alumínio (alguns que tinham um poder aquisitivo financeiro já as possuía) que era uma novidade na época, até porque era mais pratica e fácil de manusear e não se quebrava atoa.
Seu Antônio começou a sentir as vendas diminuírem bastante, a modernidade começou a acabar com o comércio dele. Os fregueses só queriam, só falavam de panela de alumínio. Mas seu Antônio ainda continha uma grande quantidade de panelas de barro em sua bodega.
Chegou a um ponto que já estava oferecendo panelas a três por quatro no modo de se falar e um preço bem baratinho. Mesmo assim, ninguém queria e como medida de protesto, toda semana colocava suas panelas ao lado do grupo e vendo que não mais vendia, pegava duas ou três panelas, e jogava pra cima e deixava se espatifar no chão e dizendo alguma coisa, mais ou menos falando consigo mesmo: “NINGUEM COMPRA, MAS TAMBEM NÃO DOU” e haja panela quebrada, toda semana aquele mesmo ritual, jogar panela pra cima e deixar se espatifar no chão.
A gurizada caia na rizada e até os adultos achavam engraçado aquilo.
Eudes Donato
Filho de Antônio Apolinário Gonçalves e Hilda Donato Gonçalves, Funcionário Público da Empresa de Correios e Telégrafos, pesquisador, colecionador de vários itens, como gibis antigos, discos de vinil, livros sobre o cangaço, e grande acervo esportivo. Colaborador em pesquisas para a revista Placar da Editora Abril, Revista da Esperança, livro sobre o América Futebol Clube da cidade de Esperança, etc.
Nenhum comentário:
Postar um comentário